Superfungo: bebê internado na Unicamp tem ‘evolução clínica condizente com prematuridade’; rastreamento continua

Hospital da Mulher da universidade estadual, em Campinas, informou que paciente recebeu diagnóstico de Candida auris em 18 de maio; entenda os riscos do quadro.

O Hospital da Mulher da Unicamp (Caism) informou nesta segunda-feira (12) que o paciente diagnosticado com o fungo Candida auris teve “evolução clínica condizente com sua prematuridade e baixo peso ao nascer”. O bebê internado em Campinas é o primeiro caso do estado de São Paulo na história.

Em comunicado assinado pela superintendência, o Caism informou que o paciente “mantém-se sob cuidados pautados pela boa prática, segurança e humanização”. O caso foi divulgado em 7 de junho pelo hospital.

Há outros casos?
O Caism informou que fez uma “ampla investigação” entre outros pacientes e não identificou novos casos até esta segunda-feira. No entanto, ressalvou que novos rastreamentos seguem em andamento e os resultados serão divulgados a partir do início da próxima semana.

“É oportuno explicar que, em comparação com alguns exames laboratoriais comuns, os exames para detecção de fungos podem ser mais demorados. Isso ocorre, principalmente, porque os fungos tendem a crescer mais lentamente em comparação com bactérias e vírus”, pontuou.
Candida auris
O diagnóstico saiu em 18 de maio deste ano, informou a Secretaria de estado da Saúde. “Todas as medidas de prevenção e controle foram implementadas pelo hospital. A Vigilância Sanitária monitora a investigação e as medidas implementadas”, diz texto da assessoria da pasta ao mencionar que a unidade pode continuar a fazer partos e atendimentos a pacientes.

Na data em que o caso foi divulgado, o Caism destacou que adotou precaução no tratamento de bebês atendidos por profissionais com histórico de contato direto com o caso fonte.

Riscos
Segundo especialistas, o fungo pode não oferecer risco às pessoas saudáveis, mas pode levar à morte quem tem sistema imunológico debilitado. O Candida auris foi identificado pela primeira vez no Japão, em 2009, e depois se espalhou por países na Europa, África, Ásia, Oceania e das Américas.

O primeiro caso foi identificado no Brasil em 2020, e neste ano há registro de surto em Pernambuco.

As regiões do corpo onde o Candida auris costuma ficar são: ouvidos, narinas, axilas e virilhas. Nesta fase, não há sintomas. Mas, um machucado, uma ferida na pele ou o uso de algum tipo de catéter no hospital pode dar a chance de que esses fungos entrem no corpo, atinjam a corrente sanguínea e provoquem uma infecção. Em casos graves, podem até prejudicar órgãos como o coração e o cérebro. É quando o paciente pode ter febres, calafrios e o agravamento de doenças que o levaram ao hospital.

Cuidados
O Caism destacou que adotou outros cuidados sobre limpeza e orientações após confirmar o caso:

Limpeza e desinfecção do local de internação e dos equipamentos médico-hospitalares com produto à base de peróxido de hidrogênio;
Reforço da orientação das equipes assistenciais quanto às técnicas adequadas de higienização das mãos e de paramentação (luvas, toucas, aventais, etc.);
Realização de limpeza concorrente do local de internação no mínimo a cada 3 horas. Ou seja, em vez da limpeza terminal, feita após alta do paciente ou transferência dele para outra área, a concorrente é realizada durante a permanência do paciente no ambiente de cuidados de saúde;
Designação de artigos e produtos para saúde exclusivos para o paciente durante internação;
Redução do número de visitas ao bebê que teve contaminação. Os visitantes têm recebido reforço das orientações sobre higiene das mãos, uso de avental e luvas; as coletas de leite são na mesma sala onde a criança está internada, com a supervisão e orientação da equipe de enfermagem; e a movimentação dos pais dentro do hospital é mínima e indispensável.

By Alessandra Gomes

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