Com R$ 36 bilhões em caixa, prefeito de SP mantém criticas à reforma tributária sob alegação de perda de arrecadação

Ricardo Nunes faz parte de um grupo minoritário que não aprova texto da proposta com o argumento de que a substituição do atual Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) prejudicará o município. Capital é a cidade mais rica do país e arrecada mais do que 22 estados.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), faz parte de um grupo minoritário de chefes de administrações municipais que são contrários à reforma tributária.

Em entrevista à GloboNews na manhã desta quinta-feira (6), ele voltou a criticar o texto da proposta, sob a alegação de que a substituição do atual Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) significará uma perda de arrecadação expressiva para a cidade de São Paulo.

Caso a reforma passe, o ISS fará parte de um grupo tributos que serão unificados.

“A gente só quer ter garantido o que é de direito nosso. Portanto, se aqui na cidade de São Paulo, a gente tem uma arrecadação, é justo que ela fique na cidade de São Paulo.”

Nunes ainda se diz favor da reforma, mas uma reforma que ele considera “justa, que não prejudique as pessoas.”

A capital paulista é a cidade mais rica do pais e, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), arrecada mais do que 22 estados.

A posição de Nunes ocorre enquanto o caixa da Prefeitura de São Paulo possui R$ 36,1 bilhões, valor 16% superior ao registrado no mesmo período de 2022.

Os dados se referem aos meses de maio, o mais atualizado, e constam do Balancete Patrimonial, documento elaborado pela Secretaria Municipal da Fazenda.

A expectativa é a de que a reforma tributária seja analisada pelo Congresso Nacional neste mês de julho. O ministro da Fazenda Fernando Haddad diz que pretende votar a proposta nas próximas semanas.

Capital X estado
Na quarta-feira (6), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que concorda 95% com a proposta de reforma tributária do governo. A declaração foi ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após reunião entre os dois em Brasília.

Na ocasião, Tarcísio afirmou que o estado de São Paulo será “parceiro” na aprovação do texto.

“Eu acho que está muito fácil construir o entendimento. São Paulo vai ser um parceiro no debate, na aprovação da reforma tributária. Nós estamos aqui para isso para gerar convencimento. A gente sabe que a reforma tributária é extremamente importante para o Brasil. Eu diria que a alavanca que está faltando agora, para a gente ter um impulso, os pontos nossos são fáceis de ser ajustados”, disse.

By Alessandra Gomes

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