Casal que viaja pela América do Sul de bicicleta planeja cruzar o continente em até dois anos: ‘Rumo ao Alasca’

Casal já visitou diversos Estados do Brasil, regiões da Argentina, Uruguai e Chile. Próxima parada deve ser o Alasca, nos Estados Unidos.

Um casal aventureiro que mistura o prazer da companhia um do outro com os desafios de viajar entre países apenas de bicicleta planeja atravessar a América do Sul até chegar a América do Norte.

A engenheira de Biotecnologia, Andrômeda Oliveira, de 33 anos, é do interior paulista. Ela cresceu em Itapetininga (SP) e, segundo ela, sempre planejou viajar sozinha, porém, entre as estradas, acabou conhecendo o biólogo de Goiás, Brunno Magalhães, de 30 anos.

“Eu nem pedalava, essa [bicicleta usada nas viagens] foi a minha primeira bicicleta, eu comprei ela pra viajar. Comprei e um mês depois já estava na estrada”, relata Andrômeda.

Caminhos cruzados
Andrômeda saiu de Curitiba (PR), onde estava morando, com destino a Buenos Aires em 2022. O casal se encontrou alguns meses depois, quando Brunno saiu de Bela Vista (GO) com destino a Ushuaia, também na Argentina. O primeiro encontro aconteceu em Santa Catarina, no município de Bombinhas.

A princípio, Andrômeda acompanhava Brunno pelas redes sociais, mas ele não a conhecia. Desde o primeiro encontro, o casal compartilhou histórias e sonhos em comum, mas seguiram em frente sozinhos.

Como estavam fazendo a mesma rota, o casal acabou se encontrando em outras cidades novamente. Foi quando acabaram criando um laço afetivo e decidiram pedalar juntos.

“Foi assim durante uma ou duas semanas. A gente ia se encontrando na próxima cidade sem querer, até que a gente se envolveu e decidiu seguir juntos”, relembra Andrômeda.
Com o compartilhamento de itens das mochilas, eles acabaram eliminando o peso de bagagens desnecessárias para a cicloviagem a dois, mas ainda assim, cada um carrega em média de 45 a 50 quilos nas bicicletas.

Cicloviagens
Segundo o casal, a viagem de bicicleta é mais econômica e permite uma conexão com as pessoas e a cultura local. Eles foram ajudados por desconhecidos que foram calorosos e prestativos com eles.

A cicloviagem também enfatiza o valor das pequenas coisas, a luz do sol, a chuva ou um vento no rosto que faz a toda a diferença durante os trajetos, que vão mudando conforme o casal avança.

“É uma aventura extremamente minimalista. A gente carrega apenas o que conseguimos carregar. Eu tenho umas quatro camisetas a Andry também. Você aprende a se desapagar de muita coisa, até por isso é uma experiência barata. A gente vive com pouco e não compra coisas que a gente não precisa”, explica Brunno.

Lugares visitados
O casal está pedalando junto há um ano e dois meses, e já visitou diversos estados do Brasil e regiões da Argentina, Uruguai e Chile. Os destaques vão para a Praia do Cassino no Rio Grande do Sul, Patagônia Chilena, Buenos Aires e Ushuaia.

“A gente sabe mais ou menos as estradas e cidades que vamos passar, mas isso muda porque a gente conversa com as pessoas que moram na região pra saber se a estrada está boa ou se a gente tem que pegar outro caminho e dar a volta”, explica Brunno.

Na chuva, dias sem tomar banho, trilhas a pé, carona e abrigo com desconhecidos, Andrômeda e Brunno aproveitam cada parte do caminho superando desafios.

“Os maiores desafios que a gente encara estão no dia a dia. A gente tem muito medo de caminhão, as estradas sem infraestrutura adequada. Quando dá algum problema na bicicleta e a gente tem que resolver ali no meio da rodovia, as chuvas também”, relata Brunno.

Próxima parada
O casal compartilha alguns registros das viagens nas redes sociais e no canal do YouTube, o qual chamaram de Austraboreal. O intuito é de que quando atingirem um número maior de destinos visitados, o conteúdo registrado vire um filme de documentário.

No momento, o casal está em Itapetininga visitando a família e a cultura da cidade de Andrômeda, porém, em breve o casal deve partir para as estradas com um destino ainda mais distante.

“Desde que a gente se conheceu a gente fez esse plano, que é até o nome das nossas redes sociais, é a junção de austral e boreal. […] A gente conseguiu chegar no lugar mais austral do mundo que é Ushuaia e agora o plano é chegar no mais boreal do mundo que é no Alasca”, informar o biólogo.
Brunno e Andrômeda planejam viajar para o Alasca partindo da Bolívia. O trajeto deve durar entre 1 ano e meio ou até 2 anos.

“Viajar de bicicleta é uma experiencia diferente de tudo, você vai de uma maneira muita lenta, tem muito tempo para refletir, você consegue observar cada mudança no caminho, você está exposto o tempo todo, dependo das suas forças e fazendo exercício o tempo todo”, finaliza Andrômeda.

 

By Alessandra Gomes

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