Justiça decreta prisão preventiva de PM de folga que confundiu casal com ladrões de moto e atirou; homem morreu e mulher se feriu

Soldado de 23 anos foi preso por homicídio contra homem de 26 e tentativa de homicídio contra mulher de 28. Caso foi no sábado (11) em SP e é investigado pela Polícia Civil. Justiça manteve prisão. Ele disse ter atirado nas vítimas por achar que uma delas estava armada.

A Justiça decretou nesta semana a prisão preventiva (sem prazo para sair) do policial militar de folga que confundiu um casal com assaltantes de moto e atirou cinco vezes nele. O motociclista morreu baleado com tiros na cabeça e nas costas. A garupa que estava na motocicleta, namorada dele, foi atingida na virilha.

O caso ocorreu no último sábado (11) perto da Rodovia dos Imigrantes, na Vila da Saúde, Zona Sul de São Paulo. E foi registrado como homicídio e tentativa de homicídio pela Polícia Civil. O soldado da Polícia Militar (PM) Matheus Sposito Borges, de 23 anos, disse ter achado que as vítimas estavam assaltando outro casal numa moto. E que o piloto pudesse estar armado.

O casal baleado era amigo do outro casal que não foi atingido pelos disparos. O homem morto é Victor Matheus da Fonseca Araújo, de 26. Ele não estava armado. Na segunda-feira (13) a Justiça decretou a prisão preventiva do soldado.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a mulher atingida tem 28 anos. Ela tinha sido socorrida e levada de ambulância para o Hospital Municipal Arthur Ribeiro de Saboya, onde permaneceu internada e passou por cirurgia. Seu estado de saúde não foi divulgado até a última atualização desta reportagem.

O caso ocorreu na Rua Áurea Lejeune, que dá acesso à Rodovia dos Imigrantes. A ocorrência foi registrada e está sendo investigada como homicídio consumado e tentativa de homicídio pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) por envolver um policial militar. O órgão pediu exames periciais para a Polícia Técnico-Científica.

O policial militar foi detido pela PM e levado em flagrante para o presídio militar Romão Gomes, na Zona Norte. A Corregedoria da corporação também apura a conduta do agente no caso. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do soldado e nem falar com parentes das vítimas para comentarem o assunto.

Em seu depoimento na delegacia, o soldado contou que ele e outros cinco amigos, todos policiais, e de folga, estavam em dois carros trafegando pela Rodovia dos Imigrantes. Disse ainda que se identificou como policial e pediu que ficassem parados durante a abordagem, mas dois ocupantes de uma das motos não obedeceram. E achando que um deles estava apontando algo para ele, que achou ser uma arma, atirou por entender que estava numa “situação de risco iminente”.

Segundo o DHPP houve “excesso” do soldado da PM na ação. Para o Departamento, ele “assumi o risco” de matar ao menos uma das vítimas, como de fato ocorreu. Os policiais civis analisam câmeras de segurança que gravaram os dois carros com os policiais à paisana. Eles querem saber se as imagens teriam gravado o soldado atirando.

By Alessandra Gomes

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