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Policial aperta pescoço de estudante dentro de escola no litoral de SP

Jovem contou aos familiares que o PM teria olhado para a namorada no momento em que eles entravam na escola, em Santos. Aluno teria chamado o policial de ‘pedófilo’. Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto para apurar o caso.

Um estudante, de 16 anos, teve o pescoço apertado por um PM no pátio da escola estadual Dona Luiza Macuco, em Santos, no litoral de São Paulo. O g1 teve acesso, nesta sexta-feira (18), as imagens registradas por alunas da unidade. A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou ter aberto um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar o caso. 

Um familiar do jovem, que não quis se identificar, disse que a confusão começou quando o estudante chegou à escola, localizada no bairro Ponta da Praia. O menor contou que um PM da Ronda Escolar teria olhado as nádegas da namorada dele, momento em que chamou o agente de ‘pedófilo’ [adulto que se sente sexualmente atraído por crianças].

“A gente ia colocar uma pedra [e não registrar o caso]”, disse o parente, que foi orientado pela diretora a registrar um boletim de ocorrência (BO). Outra familiar se mostrou assustada com a forma como o jovem foi abordado no ambiente escolar, que foi retirado de sala de aula e abordado no pátio. “Em nenhum momento ele levantou a mão para os policiais”.

Nas imagens obtidas pelo g1, é possível ver o adolescente com as mãos para trás com um policial à frente e outro ao lado. O policial diante do menor coloca as mãos no pescoço do jovem e o empurra contra a parede. No único momento em que o aluno tenta se esquivar, o outro PM o segura pelo braço.

Após a situação, o PM chamado de pedófilo começa a apontar o dedo contra o rosto do estudante, que mantém os braços para trás. Uma das alunas que flagraram a cena, assustada, diz: “Ninguém vai fazer nada? Grava mesmo. Meu Deus, professor, ninguém vai fazer nada?”.

Após o ocorrido, na última terça-feira (15), o estudante foi levado à diretoria, que entrou em contato com a responsável informando a situação e a necessidade de se registrar um BO. O caso foi levado à Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos, mas agora está na Delegacia da Infância e Juventude (Diju).

Em sua versão, o menor contou que durante a abordagem policial, dentro da escola, o PM que o pegou pelo pescoço teria dito: “Quando eu te encontrar na rua, vou enchê-lo de bala”.

Versão do policial
O policial militar que que aparece nas imagens segurando o adolescente pelo pescoço disse, em depoimento na CPJ de Santos, ter ficado indignado com o desacato do aluno. O PM relatou ter esperado os portões fecharem e, com a ajuda da direção, identificou o menor.

O estudante, segundo o registro policial, foi levado ao pátio e questionado sobre a ofensa. O policial afirmou que o menor repetiu o termo ‘pedófilo’ e o teria chamado de ‘Jack’ [gíria usada para estuprador], momento em que teria levado as mãos na direção do menor.

Ainda de acordo com o PM, no pátio, o estudante teria falado o bairro em que morra em tom de ameaça e a seguinte frase: “Vocês vão ver quem eu sou”.

O caso foi registrado na CPJ de Santos como desacato, ameaça e vias de fato.

Investigação
Em nota, a SSP-SP informou que os responsáveis pelo estudante foram chamados na escola e levados à CPJ de Santos, onde o caso foi registrado. A Polícia Civil solicitou e o jovem passou por exames no Instituto Médico Legal (IML). Os laudos estão em elaboração e, assim que concluídos, serão analisados pela autoridade policial.

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) informou que a Diretoria de Ensino de Santos e a unidade escolar colaboram com as autoridades e estão à disposição para esclarecimentos.

 

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