Polícia investiga suspeitos de usarem fotos de criança com doença rara para arrecadar dinheiro

Allana, de 2 anos, foi diagnosticada com epidermólise bolhosa. Família de Birigui (SP) registrou boletim de ocorrência por estelionato. Site foi retirado do ar.

A Polícia Civil investiga o caso de golpistas que usaram as fotos de uma criança, de dois anos, com uma doença rara na pele para arrecadar dinheiro na internet. A família de Birigui (SP) registrou boletim de ocorrência no dia 10 de junho por estelionato. O site foi retirado do ar.

À TV TEM, a mãe, Elisabete Silva Cavalcante, disse que a filha, Allana, foi diagnosticada com epidermólise bolhosa, que causa uma condição popularmente conhecida como “pele de borboleta” devido à fragilidade.

A doença é hereditária, genética, sem cura e provoca a formação de bolhas na pele por conta de mínimos atritos ou traumas, além de afetar a mucosa. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que cerca de 500 mil pacientes no mundo tenham a doença. No Brasil, de acordo com a Associação DEBRA, são 802 pessoas diagnosticadas.

Desde o nascimento, a mãe comenta que a pequena apresenta os ferimentos na pele, precisa de curativos diariamente e é acompanhada por uma equipe multidisciplinar.

Há um ano, a família de Allana fez uma campanha para arrecadar recursos online para comprar os remédios e equipamentos usados no tratamento da menina. Na época, foram arrecadados cerca de R$ 10 mil, mas, desde então, não pediram mais doações pelo site.

Contudo, amigos de Elisabete informaram a ela que os golpistas abriram a campanha falsa na web, usando fotos e informações da Allana. Quando soube, a mãe disse que ficou indignada e procurou à polícia. Um inquérito foi instaurado pela Polícia Civil.

“Fiquei indignada porque onde já se viu usar a dor de uma criança, do sofrimento de uma família, para aplicar golpes. Tenho medo de as pessoas não quererem mais ajudar. É muito triste e revoltante, não dá para acreditar que existe gente desse tipo”, lamentou a mãe.

Conforme o delegado responsável pela investigação, Eduardo Lima, se condenado o autor do crime pode pegar de quatro até oito anos de prisão. À TV TEM, ele disse que acredita que o valor de R$ 104 mil que aparece como arrecadado seja falso, como estratégia para dar credibilidade ao site e atrair doadores.

“Pela análise preliminar da página virtual que era usada pelos criminosos, a qual já até saiu do ar, eles copiavam toda a estrutura de um site conhecido”, explicou o delegado.

Eduardo ainda informou que não sabe dizer quantas pessoas foram prejudicas e fizeram a doação aos golpistas. Nenhum suspeito foi identificado até a última atualização desta reportagem.

 

By Alessandra Gomes

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