Os fabricantes globais de combustíveis renováveis enfrentam iminente escassez de um dos elementos essenciais para sua lucratividade: o fornecimento adequado de óleos usados.
Segundo o grupo de lobby Transport & Environment (T&E), até 2030, as metas globais para a produção de combustível sustentável de aviação exigirão pelo menos o dobro da quantidade de óleo de cozinha usado que pode ser coletado nos EUA, Europa e China combinados. Isso não inclui o óleo usado necessário para a produção de outros combustíveis, especialmente o diesel renovável.
O uso crescente de óleo de cozinha por nações ocidentais para biocombustíveis resultou em uma dependência crescente de importações da Ásia, principalmente da China, afirmou o grupo. “Os EUA e os países europeus não conseguirão suprir a demanda por UCO (óleo de cozinha usado) se dependerem exclusivamente dessa matéria-prima” para o combustível sustentável de aviação.
Embora essencial para os biocombustíveis, o óleo de cozinha usado é limitado pela capacidade prática de coleta. A T&E levanta dúvidas há muito tempo se algumas empresas estão manipulando seus números e de fato coletando outras matérias-primas, como o óleo de palma.
As importações dos EUA de óleo de cozinha usado mais do que triplicaram em 2023 em relação ao ano anterior. Os países europeus utilizaram quase 7 milhões de toneladas de óleo de cozinha usado para biocombustíveis no último ano, oito vezes mais do que foi coletado. A maior parte provém de restaurantes e fabricantes de alimentos.
Outras constatações da T&E incluem:
– A China está enfrentando uma iminente escassez de óleo de cozinha usado para biocombustíveis devido à demanda dos EUA e da Europa.
– As metas globais para combustível sustentável de aviação até 2030 exigirão “pelo menos o dobro do UCO que pode ser coletado nos EUA, Europa e China juntos”.
– O consumo de biocombustíveis de UCO aumentou quase 40% entre 2021 e 2023, enquanto as taxas de coleta cresceram apenas 3%.
