Os 14 policiais da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota), unidade de elite da Polícia Militar do estado de São Paulo, foram encaminhados para julgamento popular, acusados de executar a tiros dois suspeitos e alterar a cena do crime em 6 de agosto de 2015. A defesa pretende recorrer da decisão, argumentando a inocência dos policiais e alegando que agiram em legítima defesa.
A determinação para o julgamento dos policiais foi estabelecida em 8 de abril de 2024 pelo Tribunal de Justiça, porém a data para o júri ainda está pendente, conforme a juíza Michelle Porto de Medeiros Cunha Carreiro, da 5ª Vara do Júri do Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. O caso permanece em sigilo.
Os policiais militares respondem em liberdade às acusações de homicídio doloso e fraude processual. Segundo o Ministério Público, eles teriam executado Hebert Lúcio Rodrigues Pessoa e Weberson dos Santos Oliveira, ambos com histórico criminal, após abordagem em Guarulhos, na Grande São Paulo, e posterior execução em Pirituba, Zona Norte da capital paulista. As vítimas teriam sido alvejadas por 16 tiros.
A acusação do MP inclui a denúncia de que os policiais teriam plantado armas nas mãos das vítimas para simular um confronto inexistente, com o objetivo de justificar a alegação de legítima defesa.
Imagens de uma câmera de segurança mostraram o veículo das vítimas sendo seguido por uma viatura da Rota, reforçando as suspeitas de execução por parte dos policiais. Uma testemunha ouvida pela Corregedoria da corporação também contestou a versão apresentada pelos agentes.
A defesa dos policiais, representada pelos advogados Mauro Ribas e Renato Soares do Nascimento, alega a inocência de seus clientes, afirmando que agiram em legítima defesa contra criminosos armados. Eles planejam recorrer da decisão no Tribunal de Justiça.
Os policiais envolvidos no caso foram detidos durante a investigação em 2015, mas foram posteriormente libertados e aguardam o desenrolar do processo em liberdade. A Corregedoria da PM informou que os agentes foram temporariamente afastados do serviço operacional em 2018, mas posteriormente retornaram às suas funções. Em caso de condenação, enfrentarão um processo interno que pode resultar em suas demissões.