‘Já era homenagem e agora, com a morte dela, está mais à altura’, diz curadora de mostra sobre Tina Turner em SP

Exposição no MIS foi aberta em 4 de maio; 20 dias depois, a rainha do rock n’roll morreu.

Uma exposição que conta a história de Tina Turner, considerada a rainha do rock’n’roll, foi aberta em São Paulo, no Museu da Imagem e do Som (MIS), em 4 de maio. Após 20 dias, a cantora morreu, aos 83 anos. A causa não foi divulgada, apenas que foi “após uma longa doença”, em sua casa na Suíça.

Lia Vissotto, idealizadora da mostra “Tina Turner: uma viagem para o futuro”, não imaginou que daria adeus para a cantora norte-americana, mas, “ao mesmo tempo, ficamos felizes de poder estar fazendo uma homenagem à altura. A mostra é uma celebração da trajetória, do trabalho e da arte dela, que tem que ser reconhecido e até então nunca tinha sido feito dessa forma. Já era uma homenagem e agora com a morte dela está mais à altura.”

A possibilidade das fotos chegarem até o Brasil surgiu quando o museu conseguiu acesso às imagens que compõem o acervo da The Music Photo Gallery, em Nova York. Pouco tempo depois, Tina morreu.

A exposição retrata Tina durante as décadas de 60 a 90. Mas hoje, será que a juventude a conhece? E por que deveria conhecer?

Uma “Tina futurista” em formato de vídeo faz parte da exposição. Este avatar da cantora veste roupas muito à frente do tempo em que ela estava no auge do sucesso. A ideia é atualizar a imagem de Tina como essa mulher que “quebrou barreiras de espaço e tempo, que é ‘afrofuturista’. Tina sempre foi assim muito antes de o termo ser utilizado, sempre foi uma presença preta fazendo coisas incríveis que naquela época não se faziam.”, afirma Lia.

A idealizadora da mostra quer contar uma história sobre quem Tina era e é não somente para os fãs da época, mas para a juventude: “A história que queremos passar é a história de que Tina é uma mulher à frente do tempo, é uma mulher que quebrou barreiras. Não se falava de violência doméstica e ela falou. Tina saiu de um relacionamento abusivo apenas com um sobrenome, sem dinheiro e se reconstruiu. Quando ela subia no palco não estava nem ai para julgamentos, porque ela era maior do que aquilo. O cabelo, a vestimenta sexy, ela usou isso a seu favor… Ela foi um furacão, buscou a felicidade e o seu lugar ali. Isso é transgressor”, afirma a idealizadora da obra.

Tina Turner apareceu em público diversas vezes com o olho roxo ou com o lábio inchado, fruto das agressões de seu marido, Ike Turner. Depois de 18 anos, ela pediu o divórcio. Na Justiça, propôs abrir mão de todo o patrimônio em troca de manter o sobrenome Turner.

As fotos da mostra foram tiradas pelos fotógrafos americanos Ebet Roberts, Bob Gruen e Lynn Goldsmith, e o inglês Ian Dickson, entre o início da década de 1960 e o final dos anos 90.

O avatar de Tina Turner foi feito por Vitória Cribb, uma artista digital do Rio de Janeiro.

Serviço
Temporada: até 9 de julho
Funcionamento: de terças a sextas, das 10h às 19h; aos sábado, das 10h às 20h; aos domingos e feriados, das 10h às 18h
Endereço: Av. Europa, 158 — Jardim Europa
Entrada: paga, exceto às terças-feiras. Ingressos por R$ 30 (inteira)

 

By Alessandra Gomes

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