Um mês após ser internado por encostar em taturana venenosa, idoso segue passando por hemodiálise em Campos do Jordão, SP

Homem passou 21 dias internado e teve os rins paralisados, após esmagar acidentalmente uma taturana.

Um mês após esmagar acidentalmente uma taturana venenosa e ser internado, o idoso Jair Balbino da Luz, de 73 anos, segue passando por tratamentos médicos e realizando hemodiálises, na cidade de Campos do Jordão (SP).

O homem passou 21 dias internado no Hospital Regional de Taubaté e teve os rins paralisados. Além disso, ele teve hemorragias na boca e no nariz, e precisou receber novas plaquetas.

A suspeita é de que Jair tenha sido contaminado pela taturana Lanomia, espécie que causa complicações ao entrar em contato com a pele.

Ele recebeu alta do hospital no dia 13 deste mês e mesmo após a liberação médica, continua fazendo hemodiálises. Segundo a família, ele deve passar por exames nos próximos dias para que diminua a frequência do tratamento renal.

Relembre o caso
O acidente aconteceu durante à tarde do dia 22 de abril, quando Jair estava no quintal de casa brincando com a neta em uma pequena área de vegetação.

Segundo familiares, em determinado momento ele se desequilibrou e acabou se amparando em uma árvore, momento em que ele esmagou uma taturana com a mão.

Ao longo do dia, o idoso não relatou nada à família e somente à noite disse estar se sentindo mal. Seu filho o levou ao pronto-socorro do município, de onde, posteriormente, foi transferido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do centro de Taubaté.

No local, ele ficou em observação recebendo soro, mas o quadro de saúde piorou e conseguiram transferi-lo para o Hospital Regional. Ao g1, a família disse que a transferência foi necessária pois o idoso piorou, sendo necessário receber plaqueta e seu rim começou a parar de funcionar.

Riscos de contato com taturanas
Segundo Fan Hui Wen, doutora especialista em lonomias no Instituto Butantan, as taturanas ou mandruvás, como são popularmente conhecidas, são encontrados em ambientes com vegetação e em áreas rurais.

Quando se trata das taturanas sem pelos, não há risco algum para a saúde humana. “A grande maioria delas não causa problemas, pois não têm nenhum espinho pontiagudo que possa causar irritação na pele”, disse.

Já as ‘lagartas de fogo’, como são chamadas, possuem espinhos entremeados por pelos. Essas têm coloração alaranjadas e amarronzadas. Nesses espinhos, segundo a especialista, pode haver um veneno que é liberado em contato com a pele.

“Essas taturanas com espinho, além de causar dores e queimações locais, podem causar ainda alterações na circulação sanguínea. Então, essa lagarta pode causar distúrbios na circulação sanguínea e hemorragias. Para neutralizar o efeito, é necessário que a pessoa receba o soro antilonômico, específico para esse caso”, explicou.

Dentro os sintomas, a pessoa tem sangramento, seja urinário, na gengiva ou boca e pelo nariz. Se o sangramento for no cérebro, há a possibilidade da pessoa morrer. “Não é um quadro comum, pelo menos na nossa região”, esclareceu Fan Hui Wen.

Cuidados
Normalmente, o contato com uma lagarta peluda pode causar dor aguda, irritação na pele e inchaço no local. O tratamento pode ser feito com gelo ou analgésico. Nesses casos, não há nenhuma sequela ou irritação.

Já em casos de contatos com as taturanas espinhosas, de coloração alaranjada ou amarronzada, o cuidado deve ser maior. A indicação é que a pessoa procure atendimento médico o mais breve possível para receber o antilonômico.

By Alessandra Gomes

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