Golpe do falso emprego na internet: operação em SP apreende quase R$ 7 milhões, armas e carros de luxo

Ação conjunta do Ministério Público de SP e da Polícia Federal suspeita que criminosos tenham relação com a máfia chinesa.

Uma pessoa foi presa e quase R$ 7 milhões foram apreendidos nesta terça-feira (31) em uma operação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público de São Paulo. Parte desse dinheiro veio de golpes aplicados pela internet com a falsa promessa de trabalho em plataformas virtuais.

Uma parte do dinheiro estava num cofre escondido no sótão de uma casa. Em outro endereço, os maços de dinheiro estavam escondidos junto com pistolas e munição.

O MP-SP e a PF descobriram que, aos poucos, todo esse dinheiro foi transferido para contas bancárias de empresas — entre elas, uma loja de armas e munições na Zona Leste da capital que tem como sócios parentes de um homem acusado de fazer parte da máfia chinesa.

Huang He foi preso no brasil em 2018 e, no ano seguinte, o Supremo Tribunal Federal autorizou a extradição dele para a China depois de receber um pedido das autoridades de Pequim, que acusava o homem e um comparsa de liderarem uma organização criminosa que ganhava dinheiro com cassinos, extorsão e liquidação das dívidas com força.

No começo da tarde, os agentes da Polícia Federal encontraram num prédio no Centro de São Paulo oito pistolas e quatro fuzis. Apreenderam, ainda, diversos veículos, incluindo carros de luxo.

O delegado Jeferson Di Schiavi disse que o esquema criminoso começava com uma falsa promessa de emprego feita em redes sociais.

“É aquele golpe que muitas pessoas já devem ter recebido no celular: ‘Trabalhe meio período e ganhe R$ 5 mil’. A pessoa começa a desenvolver uma atividade numa plataforma virtual, ela vai acumulando um saldo, uma espécie de um salário, só que, para sacar esse saldo, ela tem que dar uma contrapartida para auxiliar a plataforma. Quando ela faz a transferência, os criminosos cessam o contato e ela não saca nem o suposto salário e também o valor que ela transferiu para eles”.

Em outra etapa do golpe, os criminosos conseguiam os chamados “laranjas” — pessoas que aceitavam abrir contas bancárias usando o próprio nome para ajudar a quadrilha a lavar o dinheiro ilícito. Os investigadores afirmam que, em menos de seis meses, a fraude movimentou mais de R$ 4 milhões.

“Às vezes, um golpe aplicado ali, que pode parecer algo desimportante, isolado, individual, tem conexões, talvez, com compra de munições e armas de fogo, com organizações criminosas, inclusive, com a possibilidade de braços internacionais, que vão ser apurados ao longo da investigação”, explicou o promotor de justiça Luiz Fernando Bugiga Rebellato.

By Alessandra Gomes

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